domingo, 9 de outubro de 2011

entrevista: vanessa bastos - gravidinha

nas novelas, nas ruas, na sua família. sempre tem alguém que adora falar que gatos e grávidas não combinam. que gatos transmitem toxoplasmose e que são um risco para a formação do bebê. nem os médicos escapam de tamanha ignorância, muitas vezes orientando as futuras mamães a se 'livrar' dos gatos.

para mostrar que dá sim para gatos conviverem com grávidas e com bebês, assim que eu descobri que a vanessa, uma conhecida de longa data, estava grávida, eu resolvi fazer esta entrevista.

a vanessa morou no meu prédio a vida toda e quando éramos pequenas, nos odiávamos. confesso que eu era bem chata e implicante, mas não me perguntem pq eu não me dava bem com ela. coisa de criança, nem lembro mais os motivos. e mesmo assim ela me deu estra entrevista (rs).

um dia, uma amiga me apresentou o minoru e eu descobri que ele era namorado da vanessa. hj eles são casados e estão esperando o dudu. apesar de não conviver com eles, fiquei feliz pela notícia e mais ainda por saber que eles estão lidando muito bem com a questão gatinhos. confere!!

vanessa e minoru

desde quando vc tem gatos?
desde sempre, antes até de me “conhecer como gente”. minha avó tem uma casa muito grande e quando era pequena eu e minha mãe morávamos lá. pelo que saiba, minha avó tem gatos desde muito tempo atrás. é bem fácil achar gatinhos nas minhas fotos de bebê. cada hora um num cantinho… e desde que consegui carregá-los, tenho fotos com eles no colo também.

qual foi seu primeiro gato e como ele surgiu na sua vida?
naquela época não era comum as pessoas segurarem os gatos dentro de casa ou castrarem os animais. por isso, mal consigo me lembrar de cada gato em si, porque tínhamos uns dez deles. o que me lembro muito bem era que a maioria era da raça siamês, mas tínhamos outros também.

quantos gatos vc tem hj? quais os nomes? eles são de raça, né?
hoje tenho três gatos, dois machos e uma fêmea. a fêmea, shiva, não tem raça e vive com a minha mãe. ela é linda, daquelas rajadinhas que você normalmente vê pela rua. carinhosa, mas com uma personalidade incrível, totalmente “faço o que eu quero e quando quero”. adoro isso nos gatos! os machos, tom (cinza) e pepe (amarelo), são persas e vieram morar comigo quando me casei. apesar de antes morar com a minha mãe, os gatos sempre foram meus e as despesas e cuidados eram meus também. quando me mudei, minha mãe ficou com a shiva de companhia (uma excelente companhia por sinal) e eu trouxe os dois peludos porque eles dão bem mais trabalho. eles já são bastante diferentes, mais “bichos de pelúcia”. adoram um colo, miam para pedir carinho e precisam disso constantemente. não são tanto de brincar ou sair pulando pelas coisas… brincadeiras são corridas esporádicas pela casa, mas rápido já se esparramam pelo chão com preguiça.

tom, vanessa e pepe

há quanto tempo vc está grávida?
agora já chegamos ao oitavo mês de gravidez e como passou rápido! logo mais o eduardo chega, provavelmente na primeira ou segunda semana de novembro.

o que mudou na sua rotina com seus gatinhos quando vc descobriu a gravidez?
olha, de fato, praticamente nada. assim que descobri que estava grávida, pesquisei um pouco sobre o assunto na internet sobre necessidade de algum cuidado especial. mas isso eu teria feito também se tivesse cachorros, passarinhos ou peixes. vi que há a recomendação sobre não limpar mais a caixa de areia e essa foi a única mudança na minha rotina – hoje é meu marido que assume essa “deliciosa” tarefa (rs).

seu médico te orientou sobre gatos e gravidez? o que ele disse?
que tem muita gente com preconceito de bichinhos e principalmente gatos, todo mundo está careca de saber. e foi muito ruim escutar na minha primeira consulta ao obstetra que “se você puder se livrar dos seus gatos durante a gestação, melhor”. isso definitivamente nunca foi e nem será uma opção pra mim. cresci com gatos e sou simplesmente apaixonada por eles. gosto de todos… de raça, sem raça, mansos, ariscos, independentes, amarelos, malhados. e “se livrar” com certeza é algo que as pessoas deveriam parar de associar a um animal, como se fossem um objeto, uma roupa que usou e não quer mais. enfim, expliquei isso à médica, que essa não era uma opção, e desde então tomamos os cuidados que ela pediu: a caixa de areia deixou de ser parte da minha rotina desde março (o motivo é evitar a contaminação da toxiplasmose) e mensalmente faço os testes de sorologia à doença, junto com o hemograma. tenho sorologia negativa – ou seja, não tenho e nunca tive - por isso o grande cuidado, pois a doença pode causar má formação do feto.

=D

sempre tem uma tia pentelha que reclama que gatos e grávidas não podem conviver? muita gente se meteu neste assunto? como vc reagiu?
minha família adora gatos, mesmo. todos já tiveram ou têm gatos e os amam. já uma parte da família do meu marido não curte tanto os bichanos. realmente muita gente pergunta – família, amigos, trabalho, gente que também não tem nada a ver -: “nossa, e o que você vai fazer com os gatos quando o bebê vier pra casa??” e eu, de verdade, ainda não entendi muito essa pergunta, a questão em si. o caso da gravidez está resolvido e funcionou super bem. e eu não vejo o que tenho que mudar quando o bebê nascer… muitos falam de ciúmes e etc, mas de verdade, nunca presenciei qualquer atitude ciumenta, revoltada ou agressiva de meus gatos – a vida toda. as pessoas têm que aprender que, assim como nós, eles têm sentimentos e hora ou outra têm comportamentos diferentes do que a gente quer, mas isso nunca significou qualquer agressão e acredito que eles têm mais instintos que a gente, ou seja, saberão muito bem que este é um bebê e, por isso, não farão absolutamente nada contra ele.

como vc está preparando o esquema dos seus gatos coma  chegada do bebê?
por conta do tom e do pepe serem persas, eles não sobem em qualquer lugar. o berço já está montado e com colchão há duas semanas e até agora nenhum deles sequer tentou subir lá – mesmo porque eles têm uma certa preguiça de coisas mais difíceis (rs). a única preparação que será necessária, na minha opinião, é saber dividir o tempo e dar atenção e carinho a eles mesmo depois que o nenê chegar. sei que estarei cheia de preocupações e cuidados, porque sou uma mãe de primeira viagem, mas sei que junto com o meu marido daremos conta das tarefas da casa, do bebê e dos gatinhos. assim como não mudei a rotina dos gatos – como acesso a partes da casa, colo e etc – quando fiquei grávida, espero não mudar depois.

os gatos já notaram alguma diferença? eles reagiram de alguma forma?
imagino eu que eles devem saber que estou grávida, mas não por conta de alguma reação. eles são os mesmos de sempre – inclusive a shiva.

o que vc acha sobre pessoas que doam/abandonam seus gatos quando sabem que estão grávidas?
eu acho um absurdo, em qualquer situação, o abandono. já a doação eu acho viável quando você realmente tem a preocupação de saber para quem está doando e tem certeza que tratarão bem o seu bichinho. muitas pessoas ainda pensam nos bichinhos como brinquedos, companhia para a hora que lhes convém, e se arrependem quando o ele simplesmente tem um comportamento diferente, uma doença inesperada. ainda falta muito para as pessoas deixarem de pensar só em si mesmas, nas situações que elas enfrentam e realmente compreenderem que um animal tem sentimentos, dor, frio, exatamente como nós.



como vc pretende fazer a adaptação do dudu e dos gatinhos?
vamos tirar isso de letra, certeza! o dudu já é gerado amando os gatos e os gatos, a ele. logo, logo ele estará engatinhando por aí atrás dos gatinhos, o que vai ser ótimo pra tirar um pouco da preguiça deles dois!

pode mandar um recado para as mamães de gatos que pretendem engravidar?
os gatos são excelentes companhias: divertidos, companheiros, carinhosos e às vezes também bem folgados (rs). essa é a minha opinião e, de verdade, não me imagino sem eles em qualquer fase da minha vida. agora, independentemente de ser gato, cachorro, coelho, tartaruga, acho que qualquer mulher pode adaptar sua nova vida cheia de preocupações com eles. quando a gente escolhe um bichinho, é como uma criança: pra sempre. situações adversas podem aparecer, mas tudo pode ser adaptado e resolvido. afinal, do que valeria a vida sem as mudanças que acontecem de tempos em tempos? isso é o que nos faz crescer e evoluir. portanto, minha opinião é que pra tudo dá-se um jeito e nesse assunto também não é diferente!

7 comentários:

Patty Oliveira disse...

amei amei amei e amei... linda entrevista, lindas as fotos e mais linda ainda a atitude. Quando a pessoa é bem informada não tem erro

Parabéns a você e ao seu marido, que o Dudu chegue esbanjando saúde e trazendo muita alegria a todos vocês(incluindo os bebes gatinhos rs)

Iara disse...

Adorei a entrevista! Isso prova que quando a pessoa ama seus bichinhos não se desfaz deles por qualquer motivo, é oque sempre digo, informação é tudo gente! Que o bebê venha cheio de saúde!! e logo logo será o melhor amigo desses lindos gatinhos!!

BordaGato disse...

oi, eu tb estou grávida, de 7 meses, e tenho 2 gatinhas.
Não me considero protetora pq não estou envolvida com isso todo os dias, mas já tirei muitos gatinhos da rua e cuidei de alguns mesmo durante a gravidez.
Tb ouço seguidamente a pergunta: o que tu vai fazer com os gatinhos qdo o teu filho nascer? E eu respondo: Por quê? Então a maioria das pessoas não consegue explicar qual é o 'grande' problema de ter um bebê e gatos em casa.
Ah, uma coisa que eu faço com frequência é colocar as gatinhas encostadas na minha barriga pro meu filho já sentir que delícia que é um rom-rom de gato.

Parabéns pela entrevista!

eva disse...

Muito boa a entrevista, legal para tentar tirar esses preconceitos. Agora me mata ouvir de um colega médico a recomendação ridicula de se livrar dos gatos. Animais domesticos que não circulam na rua, tem chance minima de passar doença, basta evitar as fezes. Pior que isso são os alimentos contaminados por pessoas que não lavam a mão direito.
Beijos

Karina disse...

Amei! Vou divulgar no meu Facebook e Orkut agorinha mesmo!
Obrigada pelo depoimento ótimo!

♥ Amanda Rosa disse...

linda entrevista!!!
Tenho 4 gatos atualmente e estou tentando engravidar... não viverei sem meus quatro filhos mais velhos... jamais...
Doar tbm não é opção para mim...
O lugar deles é ao meu lado, onde sei que terão amor, carinho, comidinha... e minha cama rsrrsrsrsrs...
Adoro o seu blog bjus

Taciane disse...

Parabéns! Entrevista muito legal!