muita
gente acredita que trabalhar na ajuda animal é encher a sua casa de animais e
ter uma vida insalubre: cheia de sujeira e sem tempo para nada. honestamente,
não a credito em extremos.
se você
investe todo o seu tempo em um único propósito, acaba desistindo. pelo menos em
longo prazo. isso pq, uma hora você percebe que deixou outras coisas
importantes de lado em detrimento daquele projeto e, pode até culpar aquilo
pela sua insatisfação.
sempre
preguei que cada pessoa tem seu papel na cadeia da ajuda animal. claro que achar um lugar para abrigar os pequenos é, sem sombra de dúvidas, a principal
atividade. pq sem espaço físico é impossível tirá-los da rua. mas, só as
pessoas que abrigam animais em casa que são ‘protetores’?
fui lar
temporário muitos anos. arrisco dizer que já abriguei mais de 100 animais em
casa. nunca estressei se eram brancos, pretos ou se ficavam comigo mais de 3
meses. eu estava ali para dar um lugar para eles. sabia que um dia o dono chegaria
e aí eu poderia doá-lo sem medo.
até que
um dia, minha situação mudou e eu não pude mais ser lar temporário. de coração,
foi uma dor horrível. cada e-mail de ajuda me partia o coração. mas aprendi que
não abrigar animais de rua não me faz ser uma pessoa pior. muito menos faz as
pessoas que abrigam serem melhores que eu.
eu faço
a minha parte. hoje, graças a confraria dos miados e latidos, me sinto parte
integrante de um projeto maior. sinto que sou uma peça na engrenagem. que sem
meu papel, a roda não gira e que preciso de alguém (que faz o que eu não faço)
para fazê-la girar.
se
tivermos 894 lares temporários, mas nenhuma veterinária voluntária, o que
adianta? se não tivemos pessoas capazes de doar grana, como manteremos o
projeto? se não tiver gente que lave o abrigo, em que condições estes animais
ficarão? se não tivermos alguém que cuide da divulgação, quem saberá do nosso
projeto?
parece
simples, mas nem sempre é enxergado assim pelas pessoas. cansei de ver uma
linha hierárquica invisível que qualifica e dá poder para quem se enche de
animais em casa e menospreza que só pode fazer uma vistoria, por exemplo.
acredito
que não é só uma grande bobagem, como desmotiva quem tem interesse em fazer. se
você incentivar pequenos gestos, você pode estar alimentando uma vontade enorme
de ajudar. toda ajuda é bacana e bem-vinda. de um dia que você pode doar para
acarinhar gatinhos do abrigo até R$ 5,00 que você pode doar para finalizar uma
rifa. esta grana pode não fazer diferença
para você, mas quando a rifa fechar, vai ajudar uma porção de gatos.
temos a
mania horrível (e não me excluo) de querer que as pessoas nos aceitem como
somos, com qualidades e defeitos, mas esquecemos de fazer o exercício inverso.
ajuda é
ajuda, né? ou pelo menos deveria ser. triste é viver num mundo em que até a
ajuda é classificada, ou desclassificada =/
6 comentários:
Olá!Fiz essa canção falando sobre os gatos que sofrem com os maus tratos diários.Se gostar,me ajude a compartilhar,para que possa alcançar as pessoas e,de repente,diminuir o sofrimento deles.Obrigado!Contamos com você!!!
veja a ''cachorro de rua ''no mesmo canal!
http://youtu.be/VE5hDgWJbqI
Eu mesma já (se é que isso existe) fiquei com preconceito de mim mesma pois, por não poder dar abrigo ou recolher animais eu achava que eu não estava ajudando em nada... hoje eu sei que, e agora lendo esse seu post, que eu também faço parte dessa cadeia que faz a roda girar...faço minhas doações, participo das rifas, divulgo... Realmente é muito triste essa coisa de separar ajuda...e, parte dessa coisa vem da porcaria do dinheiro e gente que quer status. Quem doa por que gosta, não diz quanto pra se dizer bom. Doa e pronto :) Assim tem que ser com a ajuda. Acho que até cuidar dos animais que já tem, já é uma ajuda, afinal, é um animal a menos na rua.
Bj
Eu "desisti" de ser voluntária em ONGs exatamente por isso: não posso ser LT (falta de espaço mesmo), não dirijo (ou seja, não posso ficar no leva-e-traz)... então era deixada de lado, como se não servisse para mais nada.
Cansei de me oferecer para dar carinho e limpar abrigos (afinal, se já faço isso em casa, que me custa em outro lugar?), mas isso não era importante às ONGs.
Hoje, vou com meu passinho de formiga... pagando uma ou outra castração, dando comida e tentando conseguir casa aos gatinhos que aparecem por aqui.
É o jeito, muito infelizmente!
vem conhecer a confraria, p. alsina!! precisamos de pessoas para fazer um pouco de cada e mais que isso, precisamos mesmo de pessoas que topem limpar a nossa sede, revezando com outras e dividindo o trabalho ;) se quiser, me manda e-mail luisa@miadoselatidos.com.br
Traduziu meus pensamentos!
Eu mesma, resgatei três gatinhos e não tenho problemas de espaço. Mas tenho problemas financeiros e com divulgação.
Já cheguei a ouvir de várias pessoas que não deveria ter pego se sabia que não tinha "estrutura". As pessoas sabem me criticar, mas não colaborar para que eu consiga mudar isso.
Fico muito chateada! :(
Adorei o post... é bem isso mesmo. Eu e algumas amigas cuidamos de diversos bichinhos, mas cada uma faz uma coisa... tem uma que dá o LT, a outra cuida de divulgação, outras cuidam de conseguir grana prá bancar... e assim vai...
Beijos grandes
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